segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Treze, de Uvaranas para as batalhas históricas

Por Reinaldo Mayer

O nosso Treze, com os filhos dos Campos Gerais em seu efetivo, a todo ano, está, diariamente, em seu pátio histórico, com o comandante, oficiais e praças que chegam e dão tudo de si, em suas funções e atribuições. São os mesmos, que depois partem, resignados, nas movimentações periódicas rotineiras, com a firme intenção de um dia voltar. Muitos aqui já estão, fincaram suas raízes em Ponta Grossa e sempre voltam ao Treze. Todos incorporam o espírito da Unidade, o gosto pela cidade, com ações que não se definem apenas nos desembarques dos blindados, nas canções que falam de guerra e de paz ou no significado da palavra “aço” que tão bem representa a alma de cada militar, ali engajado. Estão prontos, para representar a história da Unidade, na linha do tempo, nas batalhas, com superação pessoal nas missões corporativas. Que serão registradas em boletins internos, depois incorporadas ao acervo incomparável, na seção de documentação, em seu pavilhão central de comando.
Eu e Frizanco servimos no Treze nos anos setenta. Hoje somos professores, mas participamos de uma Associação de Oficiais R/2, uma das dezoito existentes no Brasil. Ela tem o seu berço no Pavilhão da Companhia de Comando, onde a cada ano, o NPOR de Ponta Grossa forma oficiais, para o chamado Quadro Complementar. Que, como nós, voltam no ano seguinte ao da formatura, para o Exército, como oficiais, para sete anos de trabalho. E posso dizer, são excepcionalmente recebidos pelos Comandantes, não só em Ponta Grossa, mas em todo o Brasil. E afirmo, com muita propriedade, que desempenham suas funções com responsabilidade.
Muitos, hoje, como nós da AORPG, fazem, do Treze, um ponto de referência na cidade. Porque a Unidade congrega e integra reservistas de toda natureza. Aqueles que se aposentaram em suas fileiras, outros que foram temporários e hoje ainda guardam suas boinas pretas com carinho, em cargos e funções na sociedade ponta-grossense. O que nos leva à pesquisa e produção da obra, como forma de agradecimento.
Na “História do 13º RI na revolução de 30”, fizemos uma feliz introdução, destacando diversos momentos importantes do Treze, desde o ano de 1923, data de sua fundação. Que são representados por poucas linhas, na maioria das vezes, em seus boletins de outrora, ou “livros de combate”, nas situações mais extremas. Encontramos, também, fruto do zelo de pessoas anônimas, relatórios detalhados de 1930, que deixam transparecer esforço e sacrifício em todas as frentes que a Unidade, na época, assumiu.
Tentamos, na obra, ligar a participação histórica do Treze com diversos fatos da época, que estão fragmentados, em textos ou fotos, escritos ou na Internet. Com a iniciativa, aprovada pelo Comandante do 13º BIB, hoje temos a oportunidade de conviver, a cada conversa sobre o assunto, com amigos que revisitam a obra, com outros fatos igualmente importantes. Eles revelam mais detalhes, mostram medalhas de parentes que tiveram participação em batalhas, outros que embarcaram com o Treze para a FEB na Itália, ou que atenderam incêndios e enchentes, no Paraná ou em Santa Catarina, ou, mais recentemente, foram para o Haiti, construir mais uma etapa, nesta marcha do Treze, de Uvaranas, para inúmeras batalhas históricas.
Podemos concluir, com a obra, que outros, militares ou civis, como nós, podem perfeitamente, de posse de uma caneta ou de um computador, trazer mais luz para os relatos que citamos, ou ainda construir outros, com a firme intenção de solidificar a importância que o TREZE representa para a cidade e para cada um de nós. Quem, por algum motivo, já subiu a rampa que dá acesso ao Corpo da Guarda da Unidade, com certeza, percebeu a visão de integração ímpar da Unidade, com seus componentes, de hoje ou de outrora, que está estampada em uma placa significativa: "Sinta-se bem, você está no 13º BIB”. A Unidade, participativa e responsável, continuamente estende “o braço forte e mão amiga” do Exército Brasileiro, para todos. O verde-oliva, das motivações perenes e dos fatos históricos, está presente em seus pavilhões e nas mentes daqueles que o respeitam, sempre honrando o seu nome, dizendo: Treze, Brasil!

Publicado em 05 de novembro de 2011 no JMNEWS

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